Com o plenário lotado, o presidente interino da Câmara dos Vereadores, Astro de Ogum (PMN), protagonizou um dos piores momentos da ocupação iniciada hoje na sede do Legislativo. Participam da ocupação os coletivos Acorda Maranhão, São Luís Acordou, Vem Pra Rua e Salve Apaco.
Em recesso, a Câmara foi tomada por um grupo de estudantes, ativistas e moradores da Vila Apaco, bairro criado há seis meses na periferia de São Luís. Todos reivindicam o cumprimento das promessas feitas pela Prefeitura e Governo do Estado, após os gigantescos protestos que tomaram as ruas da capital, em junho.
A ocupação provocou a ida de uma comissão de vereadores à Câmara para ouvir as reivindicações. Em meio aos debates, o presidente interino reagiu com agressividade verbal quando um dos ocupantes falava ao microfone, cobrando de Astro um posicionamento sobre as solicitações.
Irritado com as cobranças, Ogum disparou: “Não fui eleito com seu voto”. O destempero do vereador provocou vaias do plenário. Ouvido pelo blog sobre o episódio, Astro disse que foi um fato isolado e não se referia ao conjunto dos eleitores. Além de desprezar o voto da manifestante, o vereador disse ainda não ter medo de vaias.
O coordenador do grupo Acorda Maranhão, Gabriel Barradas, classificou de “muito infeliz” e “imatura” a colocação do vereador. “Ele foi eleito e está ali para representar todos, independente de quem votou nele”, reagiu Barradas.
Sem diálogo com o governo Roseana Sarney (PMDB) e na ausência do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC), que está fora da cidade, os movimentos decidiram pressionar a Câmara. Eles foram recebidos pelos vereadores Professor Lisboa (PCdoB), Ivaldo Rodrigues (PDT), Astro de Ogum (PMN), Fabio Câmara (PMDB) e Marlon Garcia (PTdoB).
De acordo com Gabriel Barradas, a prefeitura faz um jogo de empurra com a Câmara Municipal e os vereadores devolvem as responsabilidades para o executivo. “Do diálogo com a Prefeitura não saiu nada de concreto. Tivemos duas reuniões com o prefeito, mas nada. Até as promessas de curto prazo, como a reforma dos terminais da integração, não foi feito. Já faz três semanas. Imagine o que ele prometeu a longo prazo”, especula Barradas.
O Governo do Estado também não atendeu nenhuma das reivindicações e sequer abriu o diálogo com os manifestantes.
No começo de junho, a Prefeitura recebeu as lideranças dos movimentos e prometeu uma série de medidas, mas as promessas não foram cumpridas. Segundo o estudante de Comunicação da UFMA, Mauricio Vieira de Paula, a ocupação da Câmara visa pressionar os vereadores para que cobrem providências do poder executivo municipal.
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