Foi novamente tumultuado o segundo dia do julgamento do ex-goleiro Bruno, acusado de ter mandado matar a amante Eliza Samúdio.
A primeira testemunha interrogada nesta terça-feira (20) foi o policial João Batista que, na época das investigações, acompanhou o depoimento de Cleiton Gonçalves, amigo de Bruno. A surpresa do dia veio logo em seguida: Bruno comunicou à juíza que não queria mais ser representado pelo advogado Rui Pimenta, que deixou o julgamento. “Ele falou que me agradecia o trabalho até então feito, mas que queria mudar de posição, de estratégia”, afirmou o advogado.
Para o Ministério Público, tudo fazia parte de uma manobra para desmembrar o julgamento e garantir mais tempo para a defesa. “Eu não sou um advogado de manobra, sabe? Eu trabalho com realidade, com honradez e respeitando a ética profissional”, disse Francisco Simim, advogado de Bruno.
A sessão prosseguiu apenas com Bruno, Fernanda e Macarrão no banco dos réus. Um novo advogado de Bruno se apresentou durante a sessão no fórum de Contagem já em meio a mais uma polêmica: ele havia declarado horas antes, em uma rede social, que a única forma de Bruno escapar de uma pena maior seria adotando uma estratégia completamente diferente.
As mensagens divulgadas pelo advogado foram apagadas do site horas depois. “Comentários que eventualmente eu tenha dado na internet foram comentados quando eu não estava na causa do processo. A minha opinião não vou retirar, isso é fazer análise técnica e ampla do processo”, explicou Tiago Lenoir.
Num dos últimos atos da sessão desta terça-feira, o Ministério Público pediu a dispensa de pelo menos cinco testemunhas de defesa dos réus que começariam a ser ouvidas a partir de quarta-feira (21). Foram flagradas com telefones celulares, o que é proibido durante o julgamento. A juíza ficou de resolver a questão nesta quarta-feira, assim que os trabalhos forem retomados.
Cenas
Nos dois principais depoimentos do dia, testemunhas confirmaram a versão que já tinha sido apresentada pela polícia.
Bruno e Macarrão, lado a lado no banco dos réus, acompanham atentamente os depoimentos. No centro do tribunal, está a juíza Marixa Fabiane. Ao lado, de pé, fica o promotor Henry Castro, e, de costas, em frente ao microfone, a delegada Ana Maria Santos, que, em 2010, ouviu o depoimento do primo de Bruno, menor de idade na época do crime.
No fórum, a delegada disse que o adolescente contou detalhes e se esforçou para dar o maior número possível de esclarecimentos. O jovem disse que Macarrão chutou Eliza e amarrou as mãos dela. Disse também que um homem de cabelos grisalhos deu “uma gravata” em Eliza até sufocá-la.
O menor disse ainda que Macarrão ficou assustado com a morte, e que todos colocaram o corpo em um saco. Nesse momento, Macarrão balançou a cabeça negativamente e chorou. O último depoimento do dia foi o de Jaílson Alves de Oliveira.
Jaílson está preso na mesma penitenciária que Bruno, Macarrão e Bola. À juíza, Jaílson disse que ouviu várias vezes Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, dizer que jogou as cinzas de Eliza na água.
Disse ainda que perguntou a Bola o que ele faria se o corpo fosse achado. O réu teria respondido que “só se os peixes falarem”. Jaílson disse ainda que Bola tinha um plano para matar a juíza Marixa, e que, para isso, iria receber ajuda de bandidos do Rio de Janeiro.
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